Na Companhia dos Anjos - 10 anos, Pq. Da Água Branca - 80 anos. Festa!
Ibirapuera de novo.
Parque do Ibirapuera: agora é xixi no banho!!!
Nos encontramos, Alfonso, Albuquerque e eu no parque e iniciamos nosso passeio com um brinde com as aguas que o galanteador Albuquerque gentilmente tinha levado para nós. Ah, não, antes disso encontramos a Maria, na porta do banheiro público e proseamos um pouco. Logo adiante fomos confundidos e identificados, tudo ao mesmo tempo, por um casal simpático, que jurava que tinha nos visto em algum SESC ou no parque da Agua Branca, ao que Albuquerque exclareceu as coisas, dizendo que ele estivera realmente no parque da Agua Branca, já seus amigos tinham faltado com ele neste dia...Bom, mudando de assunto, logo à diante chamou-nos a atenção uma feira meio ecológica, em que havia brinde de tudo e um bebedouro do futuro de onde não saia agua nenhuma. Ah, antes disso, ocorreram alguns fatos que são dignos de nota. Um grupo de joven garotas ensaiava uma apresentação de dança (algo de dança contemporânea, conceitual, moderna, tudo junto misturado). Foi um experiencia sem dúvida extraordinária. Um momento de liberdade corporal total, uma entrega, uma comunhão, onde nós fomos por um momento uma coisa só enquanto compunhamos a coreografia com as garotas.
Mais pra frente escutamos um pouco o som das paredes de concreto do museu afro, com alguns pequenos seres e outros maiores. Precisávamos nos livrar de nossa bagagem excedente, que na verdade nem eram nossas, entramos no museu para deixar nos armário, dai veio a burocracia atrapalhar nossos planos, não deixaram de jeito nehum guardarmos nossas coisas lá pra continuar o passeio no parque, só se ficassemos ali, vendo a exposição, coisa que de fato não queriamos com aquele dia lindo que fazia la fora! Fazer o que? Gente chata, é gente chata e pronto. Seguimos o nosso caminho. Claro eu sei, as pessoas ali só cumpriam ordens e bláb
láblá, o mundo é muito louco mesmo... exaltados fomos lá pra fora e ficamos ali esperando um taxi ecológico, quando finalmente chegou a nossa vez...gente, que louco!!! O motorista Gabriel nos pegou no ponto, subimos, pegamos nossos instrumentos musicais e começamos um som assim, despretencioso, que tinha a ver com o momento, e o taxi foi andando e a gente tocando, e as pessoas nos olhando e sorrindo e começavam a seguir o taxi, e isso foi fazendo a gente gostar mais e mais de estar ali. Gente, foi lindo eu me senti muito bem ali, naquele taxi ecológico, que na verdade era uma bicicleta, mas isso não vem ao caso, e as pessoas iam olhando e a gente olhava também, por que afinal temos olhos, não é? E o motorista Gabriel começou a tocar com a gente, ele toca buzina muito bem, e eu sinto que ele gostou muito da gente e a gente também gostou muito dele. No caminho do taxi, ganhamos muitos brindes, canetas, adesivos, etc, e gente só pra lembrar hem: agora é pra fazer xixi no banho!!! Eu particularmente adorei ser fotografada durante todo o nosso passeio, principalmente pelos rapazes, mas enfim isso agora não vem ao caso...muitas pessoas viham tirar foto com a gente, foi uma loucura, vou começar a cobrar por isso!
Ahhh, conhecemos muitas coisas interessantes, pessoas distribuindo mudas de plantas, muitas mudas de palmito. Uns bancos e cadeiras feitos de pneu, nos quais crianças pulavam feito cama elástica, bom, eu não pude deixar de experimentar como era pular num desses, incrível gente!
Bom, depois fomos atrás de uma tal Juçara que estava distribuindo um suco, eu e Alfonso fomos nesta missão, mas chegando lá nos deram um mísero copinho com meia dose de suco de Açai, e nem existia Juçara nenhuma, um absurdo! Bom, a gente tomou até porque estava muito bom e eu adoro Açai. Ah, o Alfonso quase comprou pra mim um colar verde, muito bonito, mas ele nunca tem dinheiro, então ele não comprou! mas tiramos umas fotos com ele e foi divertido. Ah, lembrei de algo muito bom. Descobrimos que no colete cor de caramelo do Albuquerque existe um botão secreto, que quando a gente aperta o Albuquerque fica congelado!!! Isso ainda irá nos render muitos frutos...
Mas voltando, pra onde mesmo? Ah, a feira. Bom, então ficamos ali os três, bisbilhotando na feira, o Albuquerque chavecando, não chavecando não, galanteando, porque ele é muito chic, um galã mesmo, enfim ele ficou seduzindo as mocinhas do parque enquanto eu e Alfonso nos divertíamos absurdamente na feira com as pessoas e coisas, adorei!
Fomos ficando cansados e decidimos que era a hora de partir. Antes disso, dividimos em três um chiclete de melancia que eu ganhei do senhor que vendia umas guloseimas, e que depois o Alfonso bizarramente conseguiu deixar cair da própria boca! Ah, encontaramos um cachorro que combinava muito com Albuquerque, tudo caramelo. Gente, o Albuquerque me lembra muito um caramelo, tipo aqueles toffles, mas enfim...Ah e por último encontramos um palco ambulante, que era tipo um caminhão, com umas pessoas e uma moça que escrevia muito no leptop. Bom, fomos seguindo em direção ao fim e finalmente chegamos. Nos despedimos e cada um seguiu o seu caminho, antes do fim de tudo encontrei Maria novamente, depois, o fim.
Eu, o Caio e o Gabriel, como de costume, conversamos sobre a saída. Foi muito bom, compartinhamos momentos marcantes, estado interno, contato com as pessoas, dividimos como havia sido para cada um, como cada um estava no dia. Achei que meu novo (ainda em construção) figurino me ajudou muito, acho que pode ser um bom caminho. Achei também que foi a melhor saída que já fiz, a mais espontanea, sincera, a mais fluída e acima de tudo a que me deu mais prazer até agora!
Eu gosto muito de nossos passeios, mesmo nos dias em que eles para mim não são tão bons. E mais que tudo gosto muito dos meus companheiros. E é assim: cada dia uma coisa, cada dia um está mais assim, o outro mais assado, mas estamos juntos, sempre!
Valeu meninos!
Crescendo: Parque Trianon
Nos maqueamos e caracterizamos no parque.
E um tempo depois, antes de irmos embora, percebemos o crescimento que estamos atingindo como grupo.
Uma relação entre pessoas ou entre palhaços leva tempo a construir, nossas relações estão se construindo.
Nossas ações já começam a insinuar um repertório, nossos jogos são mais facilmente propostos e aceitos por todos, sendo assim, o público responde mais.
O parque trianon nos tratou com uma paz que não estávamos acostumados, nos deu sombra e silêncio, nos deu olhares feios de quem queria ler e olhares serenos de quem buscava fugir da Avenida Paulista.
Os jogos terminavam no alto, as propostas eram trabalhadas, e os palhaços se divertiram.
A fonte nos rendeu aplausos.
O poema em chinês nos rendeu risadas, e nós fomos embora mais contentes.
Passo a passo, um caminho surge sob nossos pés.
TRIANON MASP, 19-04
Encontramos uma ponte com visão para a rua e lá começamos a conseguir um estado. Rolou contato com os motoristas e isso foi estimulante.
A Fonte sem estátuas.
Uma fonte sem estátuas nos estimulou a brincar. A sós começamos a fazer poses de estátuas de fonte. De repente tínhamos público!!! Peuqeno mas de qualidade. Improvisamos durante um tempo e saímos no auge da brincadeira. Esse momento pra mim foi muito bacana pra experimentar a relação com o público. O risco eminente de cair na água, já que estava na beira da fonte, a atenção do público formado em sua maior parte por crianças que comentávam alto, além de rir, o que viam, foram elementos que ajudaram demais na fluição das ações. Registrei a sensação prazerosa de estar em situação de pânico mas com tranquilidade olhando as pessoas. Sem ansiedade. Bom demais!!!
O Parquinho
Mais crianças dispostas a jogar.
Vária coisas aconeteceram mas o ponto alto foi o recital do poema em chinês, com a fabulosa finalização proposta por Alfonso e recebida por Fleur e Albuquerque.
Essa saída foi muito especial. Percebemos que estamos construindo uma unidade, criando repertório de ações, conhecendo melhor os outros do grupo e aprendendo a colocar em prática várias coisas que sabemos em teoria.
Saída divertida e rica de experiências. Mais uma pessoal!!!
Domingo sem Parque, sem palhaço!!!
Bom, chegamos ao local da apresentação da dupla de palhaças e para nossa frustração não vimos nariz e só havia uma atriz falando um pouco sobre algumas coisas da viagem. O que salvou foi a presença de uma criança muito rápida no verbo, que até achei, a princípio, ter sido contratada. (risos)Foi o que aliviou um pouco a frustração de não termos vistos as palhaças que queríamos tanto.
Depois dessa e do temporal que caiu desisti de ir ao outro espetáculo.
Mas, como toda Polyana, o episódio teve o seu lado bom.
Parque da Independência, por Gabriel
Logo, comento sobre o passeio da independência, de quase duas semanas atrás com perguntas que me ficaram incomodando esse tempo todo.
Até que ponto se pode propor?
Quando é o momento de ir embora?
Como manter a energia?
Como agir quando conhecidos te encontram e querem conversar com o Gabriel?
Como deixar o foco para os outros mantendo o estado, sem roubar a cena?
E a que me persegue desde sempre:
Por que eu faço isso?
Porque eu amo e pronto.
Quanto ao episódio do cachorro, que me passaram a bola, eu conto.
Albuquerque avista um cachorro, um cachorro grande, acho que era um pitbull. Seu dono estava lá com o pessoal que desce a ladeira de long boards.
-Ele morde?
-Não morde não, é mansinho!-diz o dono- Só morde se for carne de primeira, brinca.
Albuquerque chega perto, mas o cachorro assusta então ele fica com medo. Assim que demonstra o susto, o cachorro avança em partes que eu prefiro deixar bem protegidas.
Albuquerque quase morre de susto, cai no chão, quase chorando, reclamando sobre a falta de cortesia dos caninos e esse tipo de coisa.
A parte de minha calça onde fica o zíper ficou molhada de baba, mas nada grave aconteceu.
Foi uma cena ótima, e me vem à cabeça a frase da bruxona canadense Sue Morrison: "O palhaço mora entre o pânico e a possibilidade."
Pois eu conheci o pânico muito bem, naquele momento.
Até domingo que vem.
Independência, fotos por Alline Bullara
Pinacoteca. Albuquerque: "Eu sou uma janela!" Fleur: "Eu sou um quadro!" Alfonso: "Eu sou uma moldura!"
Viaduto do chá: Fleur: "Eu sou o bule!" Alfonso: "Eu sou o chá!" Albuquerque: "Eu sou o viaduto!"
Albuquerque olha o horizonte.
Olga equlibra sua bolinha chocalho.
Olga e sua amiga Patrícia.
independência e ventiladores, por caio
Certa hora estávamos todos a beira de uma escada que tinha dos seus dois lados “rampas” onde as crianças escorregavam, quando eu as vi escorregando fui correndo para escorregar também e logo mais Olga também veio, e foi ai quando vimos que podíamos escorregar bem devagar se escorregássemos em pé, e assim foram escorregadas e escorregadas em slow motion fazendo varias poses e ações.
Mais tarde estava sozinho na entrada da casa do grito, onde tinham duas pessoas que trabalhavam lá sentadas na entrada ao lado de um ventilador, e enquanto eu conversava com elas andava pra lá e pra cá seguindo o ventilador, por que eu estava com muito calor.
Parque do Ipiranga, é chão que não acaba mais!
Encontramo-nos: Caio, Gabriel, Priscila e eu. Comemos peras miúdas e fomos até a casa da Pri fazer a transformação. E logo saíram para dar um passeio no Parque da Independência Alfonso, Albuquerque, Fleur e Olga. Muitos olhares nas ruas, ainda mais quando os quatro encontraram muitos, muitos olhos pelo chão e dentro do lixão! Olhos pra que te queira, hoje em dia vivemos mesmo no tempo da vigia, aonde vamos estão nos olhando! Um Horror, imaginem quantos bichinho de pelúcia cegos não foram preciso pra algumas pessoas jogarem olhos por ai como se fosse confete de carnaval, cadê o bloco? Uma explosão de isqueiro fez os quatro seguirem a diante, né senhor Alfonso?
Seguimos adiante e numa concessionária de carros lá estávamos devorando pipocas doces e salgadas e conversando coisas assim que se dizem quando se está comendo pipoca. No parque logo de cara o que surpreendeu foi o tamanho do lugar: imenso! Como disse a Pri, as pessoas realmente estavam inspiradas para tirar fotos, muitas fotos. Alfonso e Olga se empolgaram escorregando no corrimão da escadaria, e logo aquilo virou um jogo que muitos assistiam com gosto, inclusive Fleur e Albuquerque. Logo mais pra baixo Albuquerque e Alfonso foram chegando na quebrada dos manos dos skates, vários deles, Flreur e Olga foram se adentrando também. De repente Alfonso estava descendo uma monstruosa ladeira em um skate, um perigo aquilo, ficamos apreensivos torcendo pra ele não cair! Ufa, de tudo certo. Olga até arriscou uma andadinha de skate, mas logo desistiu, nada feito, um perigo. Ahhhhhh, de repente um berro, um alvoroço, e muitas risadas, Albuquerque passou um apuro danado com um cachorro... seguimos adiante. Ah, e teve também a sessão árvores que começou com Fleur e Alfonso dando uma de passarinhos... e o momento São Paulo, mas nessa hora, Olga não estava com seus companheiros, estava com “Patrícia”, uma mulher que estava no parque sozinha e parecia bem triste, Olga ficou ali, simplesmente fazendo companhia, tocando umas musicas para ela, e por fim deu a ela uma flor, que a deixou emocionada, Olga ficou emocionada também, enfim...foi um momento bonito e aconteceu assim...Olga estava bem sensível este dia. Os quatro seguiram para a casa do grito, e descobriram que lá não se pode gritar!!! Um absurdo, então saindo dali foi uma gritaria só, já que fora de lá gritar é um ato permitido e liberado! Viva o grito!
Desesperados de sede fomos em busca de água perto das estátuas e quase fomos expulsos de lá como relatou a Pri. Na subida de volta ocorreu um momento mágico que foi o momento do cortejo...lindo... as pessoas iam chegando e seguindo. Por fim, o episódio do público onde os quatro palhaços desesperadamente tentavam fazer alguma coisa...Um bom aprendizado, se vira negada!
Bom, não descrevi exatamente todos os ocorridos, faltou o samba doido com os chineses e outros mais, mas o que acho relevante dizer é que saímos de lá pensando que começar a treinar alguma coisa para apresentar seria bem interessante, para momentos como aquele da platéia. Também falamos das impressões de cada um, sobre as energias que vão se esgotando no final das saídas e na importância da gente começar a perceber os momentos de “sair em alta” quando rola uma coisa bacana, o que ainda é muito difícil. Em particular eu e Olga vivemos bons momentos ali, foi um dia de coisas pequenas e belas, de momentos poéticos e de sutilezas... algo a exercitar como um possível caminho. Enfim, foi mais uma jornada.
“...Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar...”
Parque da Independência .
Dessa vez nos encontramos no metrô Alto do Ipiranga, esperamos um pouco uma quarta pessoa que não apareceu. Fomos para minha casa nos aprontarmos para passear no Parque da Independência, no Ipiranga.
No caminho contei sobre o meu processo de estar começando a perceber, com ajuda das aulas da Lana, que sou Branca e não Augusta. Abri para o grupo, pois só a Silvia sabia e conversei com Gabriel um pouco sobre “o ser Branco”, o processo de aceitação e a descoberta de como jogar com essa característica.
Em casa fomos experimentando alguns elementos novos no figurino e pedindo a opinião do outro. Como ainda não comprei um nariz de látex o Caio sacou um nariz arrebitado e me emprestou.
Hum, adorei o nariz em pé!!!
Pé na rua com nossos instrumentinhos e vontade de passear.
Na avenida Nazaré uma concessionária distribuía pipoca. Um vendedor nos chamou e ofereceu pra gente. Claro que aceitamos, pipoca assim sem pedir nem nada! Havia um outro vendedor lá comendo pipoca, logo perguntou para o Albuquerque “Vocês fazem teatro??” Com cara de tonto olhou pra gente e interrogou “Teatro”?? “Como assim?”
O cara ficou lá explicando, reformulando a pergunta e nós lá comendo pipoca com cara de tonto e não entendendo o tal do Teatro. Ficamos no jogo do estamos passeando simplesmente e só e o cara inconformado, ficou um pouco irritado com as respostas pediu licença e saiu. A gente lá comendo pipoca e dando corda pra conversa. Até acabarmos a pipoca salgada e pegar a doce.
Continuamos na Avenida e finalmente chegamos ao Parque.
Já na entrada uma mulher nos chamou
-Oi
-Oi
-Aonde vocês vão se apresentar?
-Apresentar? Ahh, desculpe eu me apresento sou Albuquerque.
-Oi prazer sou a Fleur
(A cara de interrogação dela foi ótima)
Iniciamos a descida da escadaria do Jardim do Museu, aquele que parece um labirinto, e já um sujeito veio pousar do nosso lado pra namorada bater fotos.
Degraus abaixo havia um outro rapaz fotografando, posamos pra ele e pedimos o email. Mais alguns passos e um grupinho de crianças chegou com um celular tirando fotos. Cinco passos e uma galerinha pediu pra tirar fotos, fizeram um mini “vídeo” e nos enviaram por email. Nesse momento uma amiga do Gabriel chegou e pulou no Albuquerque. Advinha, ela estava com uma câmera fazendo trabalho pra Faculdade, Nova sessão de fotos. Essa foi divertida, jogamos posando de lugares que ela precisava fotografar naquele domingo. Fleur, Alfonso e Albuquerque, de bate pronto, se transformaram em Viaduto do Chá, Estação da Luz e Pinacoteca, essa última foi difícil. Olga estava num banco com uma moça, era um palhaço Solidário naquele momento que eu não participei. Ela e Albuquerque encontraram uma pessoa aos prantos e foram consolá-la enquanto Alfonso e Fleur estavam em cima de uma árvore disfarçados de passarinho para não serem vistos por eles.
Acabada a sessão “Visite São Paulo” fomos descendo tocando e dançando um sambinha com pausas e triangulações.
De repente veio vindo um grupo de umas dez pessoas de olhinhos puxados com câmeras na mão pra tirar foto conosco. Eram da China. As meninas vieram uma por uma do nosso lado e os rapazes batiam as fotos e assistiam. Sambamos um pouco pra eles e seguimos felizes por sermos Internacionais a partir daquele momento. Atravessamos a rua e fomos para a outra entrada. Na escadaria Alfonso e Olga foram se divertir escorregando na muretinha da escada enquanto Albuquerque e Fleur sentiam o vento bater na face enquanto estavam sendo observados no topo da escada.
A brincadeira dos dois foi linda, rendeu cenas ótimas, poéticas. Subitamente apareceu um homem com uma mega câmera e pediu autorização para fotografá-los e publicar no Flick dele.
Nunca vi tanta gente com vontade de tirar foto num dia só!
Vou pular a parte do cachorro pro Albuquerque contar. Só digo que “Gelei”!!!
Fomos procurar água e acabamos na casa do grito. Eu lá fora com Albuquerque, a segurança e a monitora obtendo informações históricas sobre a cripta do Dom Pedro e suas mulheres, aonde encontraríamos água. Elas sérias contando a história do Dom Pedro, nós preocupados em tomar água na cripta, eis que surgem Olga e Alfonso gritando na janelinha, numa felicidade tonta muito gostosa de ver. A segurança já deu uma chamada:
- “Não pode gritar!”
- “Não?” Mas... mas... é a casa do grito (eu ria por dentro, não tava agüentando a cara deles de tonto)
Fleur e Albuquerque já deram uma bronca: “Seus tontos!!! Não pode gritar!! Saiam daí”
A monitora perguntou na seqüência: Vocês não vão entrar?
Ahh não, não pode gritar não tem graça.
Fomos para o bebedouro que fica ao lado da cripta escura de Dom Pedro I, na base de um monumento gigante (não sei o nome, se alguém souber me fala). Lugar deprimente. Tomamos água e sentamos um tempo, uma mistura de exaustão e uma espécie de estado fúnebre, acho que por causa do lugar fomos saindo e tomamos uma bronca da recepcionista (acho que ela exagerou, deu bronca só porque Olga deu um pulinho no caminho pra dar um tapa em Alfonso). Fleur queria falar com a dita cuja, arrebitou o nariz e foi... mas foi apaziguada (ainda bem).
Saímos com a energia mais baixa e começamos a fazer um som fúnebre. Fleur disse (na verdade fui eu quem disse) Ai vamos mudar isso, e o legal foi o Caio dizer: Mudar porque?? Vamos aproveitar essa energia e ver o que dá>
Isso foi material para começarmos um cortejo de saída, fomos em um ritmo lento, tocando sons melancólicos e olhando para as pessoas.
Foi um dos momentos mais inteiros do Domingo, na minha opinião. Estávamos inteiros. Não escondemos o que estava se passando e rolaram coisas legais no trajeto.
Uma delas foi quando paramos com um grupo e tocamos pra eles dançarem. De repente Olga parou de tocar o pandeiro, Fleur já chamou a atenção dela:
- Ohh porque parou o pandeiro??
- É que eu fui dar tchauzinho pra ela
(Esse era um ótimo momento pra um tapão) Ali ficou claro uma Augusta e uma Branca. Seguimos e quando estávamos quase na saída vimos uma escadaria repleta de pessoas, dispostas ali na arena, quisemos nos apresentar.
Oba público!!! Pensamos. Olá pessoal obrigada por nos aguardar...
Ai caramba, começamos a sessão de fracassos!!!
Uma longa história que vou ter que continuar depois. Mas como tudo tem um lado bom, a terrível experiência nos atentou para a necessidade de criarmos cenas pra rua, pra não rolar o que rolou.
(não posso esquecer de escrever sobre o problema da platéia ser ruim e não os palhaços).
Água Branca, 22/03
Cheguei ao parque da Água Branca com uma mensagem da Sílvia dizendo que não poderia ir, pois não se sentia bem. O Caio, por sua vez dormiu até tarde e foi xingado o resto do dia por isso. A Priscila (Fleur) já tinha nos avisado que não iria. Encontrei Papa (Paparino) e Paulo (Baltazar Estopim) no ponto de encontro, enquanto aconteciam algumas atividades e recebi a ligação da outra Priscila (Chica Charlote) que iria demorar, mas chegaria.
Dessa vez tinhamos um ponto de encontro com banheiro, onde deixar as mochilas e tudo mais, o que deixava tudo mais fácil. Saímos Albuquerque, Paparino e Charlote para passear.
Sempre nos divertimos nessas situações, mas meu humor do dia não me permitiu me deivertir tanto, eu estava nervoso com um compromisso que tinha mais tarde e o horário avançando.
O dia teve alguns momentos, que, para mim foram muito interessantes.
Albuquerque olhava um pote de sorvete que uma mulher acabava de comprar e acabou ganhando sorvete do vendedor, que o deixo não só escolher, como entrar na barraquinha e pegar quanto quisesse. Saí pelo parque feliz, mostrando a todos meu presente conquistado.
Em outro momento, me atrapalhei chutando absolutamente sem querer uma pilha de caixas de sapato, na feirinha e tentando ajudar o rapaz a recolher e empilhar as caixas novamente, no fim tinha uma rda de pessoas assistindo a cena que aconteceu completamente ao acaso.
Depois, ainda me deparei com um grupo de pessoas qua não entendiam nada do que eu dizia, por serem deficientes auditivos, descobri algumas palavras em LIBRAS e fiquei muito tempo mantendo relação com eles, sem deixar a energia baixar, foi muito divertido quando Charlote entrou dizendo que Albuquerque tinha sapinho, ao que ele disse que ninguem entendeu o que ela disse, e que era bem feito.
Depois de um tempo no parque, chegou Estopim, e fizemos um desfile de moda em meio à feira, chamando o publico, vestindo roupas nas pessoas e ensinando ocmo andar na passarela, nessa hora me dispersei, pois já ficava tarde e eu estava realmente ansioso quanto ao compromisso que teria mais tarde.
Albuquerque, Paparino, Charlote e estopim foram embora, e gabriel saiu correndo para pegar o metrô e nao perder a hora.
VILA LOBOS , um banheiro a cada mil quilômetros.
Mais adiante, sempre em busca de onde colocar nossa bagagem, encontramos um casal jogando um jogo muito difícil de entender com pedras, pequenas e grandes. Foi um ato muito bonito do Alfonso quando deu de presente para o casal uma pedra gigante para eles jogarem aquele jogo para sempre. Ao passar por dois garotos sentimos um aroma diferente... alertamos eles e pensamos em aparecer varias vezes na frente deles para ver a reação, mas...enquanto procurávamos disfarces, Olga achou um sapo! Ahhhhhh, um casal na minha frente que estava deitado numa mesa olhou assustado e logo meus três amigos vieram ver o que era, Fleur foi meio violenta com o sapo, mas afinal não aconteceu nada com ele, elá só queria que ele saltasse, agora eu sei disso. De repente olhamos ao redor e muitas pessoas estavam olhando para nós, nossa nos sentimos bem olhados... E falando em ser olhados, uau, fizemos um desfile para...uma pessoa! Bom, logo perdemos um pouco o foco e...as coisas vem e vão, é pra gente aprender mesmo. Mais pra frente tinha um pessoal nuns quiosques e foi muito agradável ficar ali com eles, o Albuquerque pra variar estava pedindo água pra galera. Eu pedi um protetor já que todos diziam que era melhor a gente usar. Ai, muito legal aquele cheiro de praia! E de repente estávamos falando com todos ali e todos falavam com a gente e sabe, eu fico pensando... isso é fantástico, por que quando estamos de nariz podemos fazer coisas que normalmente não fazemos e as pessoas também nos dão uma liberdade maior pois vêem que estamos com o nariz e isso permite a gente ser um pouco fora do normal. E é bom ver que as pessoas gostam disso, de falar com a gente e as pessoas vão se falando entre elas também, se conhecendo... De repente ta todo mundo junto interagindo, isso é muito bonito!
Bom, teve a hora em que nos refrescamos junto com as crianças e foi um momento muito especial, as crianças são fantásticas e muito sinceras, se elas gostam do que você está fazendo elas ficam lá olhando, participando, se não...elas viram e vão embora. È muito bom ter esse retorno pra gente ir sacando se o que estamos fazendo está repercutindo de forma positiva, se estamos propondo jogo.
Depois veio um vendaval tremendo, que descabelou o parque inteiro e depois disso um momento mágico: a orquestra que a Priscila e o Gabriel já bem descreveram aqui em baixo, foi fantástico, as crianças jogando, os pais olhando quase indo tocar alguma coisa também. È faltou o “gran finalle” como conversamos depois, o desafio é sair em alta. Ah, quase me esqueci, mas isso é inesquecível: o episódio da quebra do coco, sensacional! Realmente o pessoal gostou de ver o coco sendo quebrado! Ta vendo, essas simples coisas da vida... já valeu a pena ter nascido! Perto do fim do passeio, Olga e Fleur encontraram um motorista e sue veiculo estacionado em um lugar impróprio, quase aplicaram uma multa e a Fleur quase foi embora com o menino gente! Aiaiai. Por fim, graças a uma boa alma pudemos nos trocar em um lugar escondidinho, perto de uma construção, e não tivemos que andar mais mil quilômetros até o banheiro sujo.
Ufa, foi mais uma aventura, muita coisa pra digerir, pra mudar, outras para manter, desafios? Sempreeeeeee!
Incrível mesmo são as pessoas!
O Grande Vila Lobos
Eu e o Gabriel chegamos ao parque vila lobos as 13 horas depois de muitos metros e trens.
lá encontramos a Silvia e mais tarde a Pri e infelizmente encontramos um banheiro pra lá de sujo onde tivemos grandes dificuldades para nos trocar, depois disso saem do banheiro Alfonso, Albuquerque, Olga e outra pessoa sem nome, então uma mulher de bicicleta para e começa a conversar conosco, e começou a perguntar nossos nomes e falamos que a Priscila não tinha nome, e sugiremos para ela dar um nome a ela, então ela a olhou e olhou e dice Flor de Lis então Albuquerque sugeriu algo mais francês como Fleur de Lis e assim ficou Fleur de Lis.
Então continuamos caminhando, e entramos no meio das arvores que foi uma grande aventura, e lá encontramos de aranhas até sapos (os sapos dão uns sustos e tanto), mais a frente vimos uma pessoa dormindo em um banco e outras pessoas perto dele usamos o mesmo jogo do “xiu” que já havíamos usado no museu do Ibirapuera.
De lá encontramos outra pessoa que fizemos um desfile para ela usando uma passarela feita de mochilas, e fizemos um desfile maravilhoso, mas no final aconteceu novamente de a nossa energia zerar e automaticamente as pessoas que estão conosco nos deixam, então continuamos nossa jornada, e logo a frente vimos um homem tentando abrir um côco com as próprias mãos (um presente de deus para nós é claro), não demorou muito para um de nós falar “não briga com o côco não moço” e assim começamos a ajudar o homem e sua difícil tarefa, e depois de muitos berros e força bruta tudo terminou com um côco aberto e Alfonso e Albuquerque rolando pelo chão. Com certeza fizemos aquele homem feliz, pois sem nós ele não iria abrir aquele côco.
Continuamos andando e surgiu um garoto e uma garota com um apito, daí começamos a falar para eles tocarem e tocarem, então eu peguei a minha gaita e me juntei a eles, quando me dei conta era uma “orquestra” que tinham dois apitos uma gaita dois patinétes uma bicicleta e algumas pessoas batendo palmas, que do meu ver foi um grande sucesso, mas logo que terminamos ficaram todas as pessoas lá olhando para nós e nós com muito constrangidos sem saber o que fazer. Então começamos a buscar um lugar pára poder terminarmos nossa jornada, e foi quando encontramos um homem cujo eu não me lembro o nome, que nos levou para um lugar onde nós poderíamos encerrar o nosso dia.
Vila Lobos, Parque
Uma moça que trabalha no parque perguntou como era o nome de cada um , saí de fininho pois ainda não tinha um, e escutei o Albuquerque falando: "aquela alí não tem nome" Voltei assumindo a situação. E nesse momento ela sugeriu com a boca cheia e tamanha convicção que na hora rolou o primeiro momento onde parecia que o tempo congelou um instante para todos nós: Flor de Lis!!! Uau, gostei. Albuquerque descongelou e disse: Fleur de Lis. Isso. Pronto, ganhei meu primeiro presente. Saindo dali Albuquerque viu que meu nariz estava apertado e me disse que tinha um de látex. Fui atrás de uma árvore fazer um transplante e os três ficaram fazendo um muro para que ninguém visse. Uau uau uau!!! Não tem como descrever a sensação! A Palhaça aqui nunca tinha usado um nariz de látex, não imaginava o quão diferente é em relação ao de plasticao duro!!! Liberdade para meu naso, preciso de um desses Urgente!!!
Começamos o nosso passeio. A primeira tarefa era encontrar um local para guardar as mochilas. Procuramos à administração, e encontramos a base dos seguranças. Após esperarmos um pouco o chefe deles veio com a resposta: "A gente não podemos guardar pertences de ninguém". Ok, então "a gente carreguemos" até achar alguém que possa. Pensamos na base da polícia que era ao lado, mas desistimos.
Andamos um bom tempo passando pelas pessoas, elas olhavam, diziam olá, alguns queriam o nariz, outros sorriam... e nós passeávamos. Chegamos em uma casa de cupim gigante e lá aconteceu o primeiro jogo, uma espécie de quem tem coragem de entrar lá dentro?? Albuquerque e depois Alfonso entraram estimulados pela torcida de Olga e Fleur. Jogamos pra gente mesmo, um garoto e um casal apareceram. Mais adiante ouro casal jogava dama com pedras grandes e pedras pequenas. Fantástico aquilo, ficamos ali observando o jogo. Eu não falei nada pq não estava entendendo nada, realmente fiquei olhando as pedras! Gostei da finalização do Alfonso, deixando a pedrona pra eles continuarem depois.
Pensamos em pendurar as mochilas nas árvores... entramos na "floresta" e curtimos demais o ato de desbravar a floresta e fugir dos "animais silvestres"... Comentamos no final que foi uma pena não ter público ali, que o bacana é "dar essas viajadas" com gente por perto... Chegamos à civilização e as pessoas perguntavam "Onde vai ser o teatro?" Teatro?? Vai ter teatro?? Respondíamos surpresos. eDisso surgiram pequenas conversas desconversadas, finalizadas com uma risada ou saída pela esquerda.
Cruzamos dois rapazes que estavam em um banco meio escondidinhos fazendo arte e resolvemos nos disfarçar de árvores para passar perto deles várias vezes. Fomos buscar nossos disfarces na floresta e Olga encontrou um sapo embaixo de uma lasca de coqueiro. Perto do sapo havia um casal deitado em uma mesa e Fleur teve um impulso não contido de fazer o sapo pular até o casal. Pegou um coquinho seco e arremessou no sapo. (calma não ia machucar, o coquinho era muito leve) . Ele pulou para o outro lado.Olga ficou brava. Mas Fleur estava feliz e não ia machucá-lo, só queria ve-lo pular. Lançou outro coquinho mas o sapo foi pra outro lado. De repente haviam muitas pessoas na floresta observando o sapo... e quando voltamos os rapazes já não estavam mais no banco. Civilização.Rolou o desfile que o Gabriel comentou e eu compartilho a mesma opinião, baixou a energia. Não foi bom.
Estávamos sedentos e não sabíamos onde beber água. Acho que o Albuquerque pediu e uma cara deu uma garrafinha, que lindo né. Estavam em um quiosque, e ao lado estavam umas quatro pessoas. Começaram a dizer que nosso nariz ia ficar branco e nosso corpo listrado por causa do Sol. Olga perguntou se tinham protetor, e um deles, um Japinha, foi buscar um Sundowm e emprestou pra ela e pra quem quisesse. Que lindo de novo!!! Essas coisas que acontecessem quando estamos com máscara me comovem. O nariz abre espaço entre as pessoas... Agradecemos e fomos seguindo em busca da água. Um casal parou e nos deu mais uma garrafa. Dessa vez só perguntamos aonde tinha bebedouro. Fomos parar na pista de patins, e de repente Albuquerque estava com o controle remoto de um carrinho que levava uma bebezinha de uns oito meses dentro. Fomos todos ver aonde ele ia levar a menina. "Vou fazer baliza!!!" Fleur e Olga se posicioanaram e Albuquerque fez a baliza. "Sai a baliza" Alfonso finalizou bem, puxando a baliza Fleur pra fora. Rumo ao bebedouro, um cara quebrava um coco, Albuquerque o abordou e fomos chegando. Estava difícil quebrar o coco e demos uma força. Albuquerque, Alfonso e o dono do coco puxavam, Olga e Fleur faziam o apoio moral, gritando "Força!!! Mais!!! Vai, vai!!! Depois de algumas tentativas e quedas conseguiram. Olhei ao redor e muita gente estava participando da "quebra do coco" olhando e se divertindo.
Avistamos o bebedouro e uma daquelas placas que soltam aguinha. Felicidade!!! Um bom tempo nos refrescamos ali. Rolaram muitas conversas com as crianças que estavam na fila, ah e fotos também. Parquinho a vista!!! Vamos brincar!!
Tinha fila em tudo, mas, de repente o céu que já estava escuro, ficou muito escuro, começou a ventar forte, bem forte, uns poucos pingos caíram e todas as filas sumiram. Foi o tempo de subirmos na ponte que era escorregador e descer escorrengando. A fila voltou, o ventou parou e continuamos o passeio. Veio uma menina na nossa frente, a Mojde... tudo começou quando dizia que seu nome era muito difícil, era do Irã. Começaram a surgir crianças ali, de repente estávamos em roda com umas seis crianças tocando apito, patinete e palmas enquanto o Alfonso tocava gaita e Olga chaves sob a regência de Albuquerque. Mais gente, crianças e adultos e havia uma roda bem grande formada ali em poucos minutos. Que vontade de ter coisas pra apresentar além da improvisação que rolou! Eu estava ali nas palmas olhando a reação da roda e feliz por estar ali naquele momento com uma galera acreditando que tocava junto, mesmo que não saísse música alguma. A concentração era de uma orquestra!!! A brincadeira foi de fato contagiante. Como comentamos no final, faltou a finalização no alto, esperamos baixar e a roda disfazer. Poderíamos sair no auge. Ajustes para as próximas.
Resolvemos ir embora e felizmente uma pessoa gentil deixou usarmos o banheiro que estava em obras, caso contrario teríamos que andar mais trocentos quilometros... os pés já estavam cansados, a fome era geral e a gente já estava na porta de saída...
Palhaços adorei essa saída!!! Pra mim foi a primeira de muita coisa que está por vir, escolhemos percorrer esse caminho, então vamos!!!
Ahh, esqueci do Salgueiro. Foi o segundo instante em que o tempo congelou pra mim.
Ali enquanto pousávamos de árvore para a foto daquela mãe. Albuquerque dizia "Árvore 1", Árvore 2, Árvore 3, e mudavamos os movimentos, Teve a segunda foto e de novo o mesmo jogo, de repente ele disse "Salgueiro" e aí senti a conexão dos quatro, como se o tempo parasse levantamos todos os braços acreditando sermos um salgueiro. Vocês sabem do que estou falando.
Achei bom isso de ter alguém propondo, no caso o Albuquerque / Gabriel. É aquilo que conversamos no final, se isso te incomoda e vc quer experimentar pra ver outras possibilidades bacana, mas se curte porque não pode propor? Várias coisas que rolaram foram ocasionadas pelas propostas, não sei dizer se isso é bom ou ruim, mas nesse dia 15/03 no Vila Lobos foi bom, bem divertido e rico de sensações pra mim.
Falando em coisa ruim "Olha o palhacinho" foi a pior coisa que ouvi nesse dia.
Palhacinho é a fghejrtzgsfsgvd !!@*&??t5###55¨&5fdv gd gluRIU!!!!!
Arrivederci Palhaços!!!
Vila Lobos, 15/03
Ao descer na estação Jaguaré, encontramos a primeira personagem do nosso dia, Anita, uma mulher que trabalha na limpeza do Carrefour em frente a uma das entradas do parque. Anita nos disse: "eu estou indo trabalhar" e eu respondi "Ah, nós também, de certa forma", a resposta foi o que não esperávamos: "Na verdade a gente nunca descansa, né? Estamos sempre trabalhando! Passear é só modo de dizer!"
Encontramos com Sílvia, já dentro do parque e Priscila logo depois. Procuramos um banheiro para nos trocarmos e custamos a encontrar um. Quando entramos, o banheiro estava em um estado que nos dificultou muito a troca de roupa.
Albuquerque e Alfonso saíram, para encontrar Olga e uma moça que ainda não tinha um nome.
Por uma espécie de sorte que só conheço quando estou usando a máscara, logo que saímos, uma mulher, de uniforme do parque, que andava de bicicleta parou para conversar conosco e logo perguntou nossos nomes. De novo demorei a convencer que meu nome era Albuquerque, e não sobrenome, depois de respondermos nossos nomes, dissemos que Priscila ainda não tinha nome, e pedimos uma sugestão. Ela olhou a figura de cima a baixo e disse: "Flor de Lis!". Eu afrancesei o nome para Fleur de Lis, e assim chamamos a Fleur, até o fim do dia.
Tivemos um grande problema com nossas mochilas, uma das pessoas que esperávamos que fosse não foi, e era o único que teria um carro onde pudéssemos guardar as mochilas enquanto estávamos no parque. Tentamos a administração do parque que nos tratou de muito má vontade, e com grandes problemas de concordância, então a gente não pudemos guardar as mochilas e tivemos que levá-las conosco, o que era um problema pra nós, mas que foi contornado como possível.
Muita coisa aconteceu no parque, hoje estavamos com as energias mais altas, mantendo os jogos e mais atentos.
Mesmo assim, em muitas situações fechamos os jogos entre nós, esquecendo de abrir para o público, ficávamos muito tempo nas nossas propostas, sem ver o que acontecia em volta, mas voltávamos a olhar, assim que percebíamos.
Particularmente, eu me achei muito propositivo, preciso controlar essas energias, como muitos já me disseram, é algo para eu trabalhar.
Os pontos altos da saída de hoje foram, certamente, um sapo que Olga encontrou entre umas folhas, enquanto Alfonso, Albuquerque e Fleur gritavam e corriam de medo várias pessoas paravam para olhar o que acontecia, e nós nos divertimos com a situação, e com a cumplicidade de quem estava lá, depois disso, fizemos um desfile para uma moça que estava sentada num banco e queria "nos ver", levamos a idéia ao pé da letra e desfilamos no meio de uma rua do parque.
O terceiro momento, devemos à uma outra figurinha que encontramos pelo caminho. Mojdeh (ou Mojdh, nunca saberei), uma garotinha que propôs várias brincadeiras, o que acabou numa Orquestra regida por Albuquerque, com Alfonso tocando gaita, Olga tocando chaves, duas crianças tocando apitos e Mojdeh e uma outra menina tocando patinete.
Quando o vento ficou mais forte e as nuvens mais escuras, decidimos ir embora, procuramos um banheiro próximo de onde estávamos e não encontramos, mas um funcionário muito simpático do parque, coisa difícil de encontrar, nos permitiu usar um banheiro que ainda estava em construção, só para nos trocarmos.
Como eu disse semana passada, são experiências fantásticas, e um caminho longo a percorrer.
O que importa é querer percorrer esse caminho, e o percorrermos juntos.
Domingo passado no Ibirapuera
No domingo passado fomos ao Ibirapuera , e como já disseram antes fomos armados apenas com as nossas pequenas mascaras vermelhas.
ao sairmos do banheiro, começamos a nos relacionar com as pessoas, enquanto buscávamos alguma maneira de nós livrarmos de nossas malas, e em pouco tempo conseguimos, entramos no museu fazendo um jogo de silencio onde ficávamos falando "xiuu" e deixamos as malas lá.
ao sairmos, Alfonso (eu) viu uma pessoa que achou que a conhecia, enquanto estava enganado e viu que cometeu um engano e ficou extremamente sem jeito o que acabou dando jogo para todos nós (Olga, Alfonso e Albuquerque).
de lá fomos direto para onde atingimos o nosso auge, estávamos passeando por onde estava acontecendo o show e curtíamos a musica e estabelecemos pequenas relações com as pessoas que passavam, mas depois disso foram acontecendo coisas que nós não sabíamos lidar com elas, pois as pessoas vinham nos perguntar sobre o nosso trabalho, e acabamos conversando com elas sendo Silvia, Caio e Gabriel, e acabou que isso tirava toda a nossa energia.
8 de março, dia da mulher no Ibira
Saem do banheiro Olga, Alfonso e Albuquerque!
Uma primeira experiência que revelou logo de cara algumas questões a serem trabalhadas: como interagir com as pessoas enquanto palhaço, enquanto Olga, Alfonso e Albuquerque? Pois muitas das pessoas nos abordavam fazendo perguntas sobre o nosso trabalho, por que estávamos fazendo aquilo, etc. Ao que Alfonso, Albuquerque e Olga deveriam ter respondido: trabalho, que trabalho? Estamos aqui em pleno domingo no parque fazendo um passeio, assim como vocês! Enfim, temos muito o que aprender ainda. O momento da música dos shows foi um dos mais potentes, em que estávamos ali nos três, interagindo com a música e o jogo se estabelecia com as pessoas, mesmo que fosse somente por alguns segundos, com alguns olhares e sorrisos. Foi muito bonito quando ficamos ali diante de um menino que devia ter seus 3 anos, e os seus pais, que se esforçavam para ele perder o medo de palhaços. Acho que ajudamos um pouco...Bom, o passeio valeu também porque descobrimos que podemos ganhar coisas: ontem por exemplo ganhamos bis derretido, maças e alguns goles de água (isso é, o Albuquerque bebeu a água enquanto Olga e Alfonso distraiam um salsicha marrom claro). No meio do percurso tive mais um presente, digo a Olga teve, mas eu tive por tabela: conheci o Tadeu e o seu cachorro legal, que era a estátua do parque e segundo ele tinha uma cara legal e as quatro patas muito legais. Gostei do Tadeu, jogamos futebol...troquei um pouco com ele. Mais adiante garoou um pouco e como contou o Gabriel encontramos a dona Ilda, uma senhora que se ficássemos ali ela nos contaria com muito gosto a história da sua vida toda...Tai, outra coisa que precisamos retrabalhar: como sair de “cena”? Já nos diziam alguns mestres: saia quando você estiver bem, por cima, quando estiver fazendo sucesso, com a energia em alta, senão... a tendência é a queda, abismo abaixo, a ribanceira! E assim eu senti um pouco, a energia caindo nesses casos em que não sabíamos como nos despedir, nem ao certo a hora de ir embora, assim também foi no sarau de amigos que encontramos no fim da aventura. Mas lá surgiu algo que futuramente devemos investir: Albuquerque e Alfonso estabeleceram um jogo que poderia ter gerado algo mais, um improviso, uma história, um número...foi bem interessante. Dona Olga assistiu, a energia já tava baixa. Nada de comodismos dona Olga! Ta achando que o negócio é fácil? È nada...tem que fazer acontecer! Aiaiai hem Dona Olga! Aiaiai meninos!
Ah, mas antes, logo após a dona Ilda, encontramos com o oposto dela (que já era uma senhora de idade): o Arthur, um serzinho de seis meses, no colo de sua mãe e do lado de seu pai, tomando leite na mamadeira. Achei muito emocionante ficar ali ao lado de meus dois amigos de frente para o Arthur, que nos olhava, atento...de repente um sorriso, uma risada, de olhos brilhantes, de deixar os pelos da gente arrepiados. Hora da retirada, ficou o Artur que mais pra frente ainda irá tirar muitas espadas das pedras da vida!
No museu afro que abrigou nossas mochilas (valeu Geraldoooooooooo!!!), o jogo do SSSSSHHHHHHHH (de silêncio), foi bem legal, daria pano pras mangas.
Um primeiro atrevimento, primeiras impressões, estar ali e deixar as coisas acontecerem...Assim foi, assim vamos caminhando com a ambição de aos poucos ir fazendo coisas, propondo situações, esboços de números, exercícios a céu aberto, improvisos audaciosos, música, trocas, comunicação, objetos e sempre, sempre prontos para o que der e vier!
Impressões sobre 8/03, parque do ibirapuera
Uma coisa que me chama a atenção no parque do ibirapuera é que o público, sendo muito grande, está sempre aberto e com olhar convidativo para interação, os primeiros momentos do dia já deram jogos muito interessantes, nós andávamos sempre juntos no trio, pelo tamanho do lugar, para não nos diluirmos.
Logo no começo da tarde, entramos no museu afrobrasil, jogando com os outros visitantes pedindo silêncio, encontrando um sorriso ou outro por aí.
O público sempre perguntava de onde éramos, ao que às vezes respondíamos, ás vezes só dizíamos um "Somos do mundo!". Era para mim uma grande dificuldade manter o estado ao longo da tarde, quando a energia ficava mais baixa, principalmente quando o show terminou, e não tinhamos mais a música como parceira de jogo.
A proposta da saída de hoje era mais como um "reconhecimento de campo", para saber como abordar, ou não abordar, enfim, como interagir com as outras pessoas do parque. Olga, Albuquerque e Alfonso, foram passear.
Algumas figuras marcaram o dia, como o grupo que nos convidou para participarmos do pique nique que faziam à sombra das arvores, nos oferecendo maçãs e nos dando "boas vindas à família."
Às vezes, as pessoas perguntavam sobre nosso trabalho, sobre o que estávamos fazendo lá, vestidos daquela maneira, o que acabava gerando perguntas que nos faziam sair do estado, para conversar sobre o como fazer, viver de arte, buscar patrocinio. Todo mundo tem um palpite nesse sentido, e nossas esquivas não eram suficientes para tentar driblar esse tipo de conversa, o que acabava gerando momentos de jogo mais baixo.
Outra figura interessantíssima que encontramos ao longo do caminho foi uma senhora de quase 90 anos, a dona Hilda , que nos achou "tão lindos" que ficou por quase uma hora contando como nascera na Mooca, depois fora para Pinheiros e casou para se mudar para o Jd. Aeroporto, e como tinha uma prima chamada Olga e um primo chamado Afonso, e que Albuquerque não era nome, era sobrenome, ao que eu respondia: "mas esse é MEU nome!."
No final de nosso percurso, quando já pretendíamos encerrar a saída, encontramos algo que nos chamou a atenção. Um grupo sentado em roda lia poesias e tocava canções ao violão, e nós entramos na roda para jogar com eles, cantando junto, fazendo alguns esboços de números e jogando com todos da roda. Nos permitirmos demorar um bom tempo neste grupo, antes de finalizarmos a saída.
No fim das contas, acredito que foi um dia produtivo, descobrindo o que funcionava e dava jogo e o que não acontecia, como manter-se no estado e o que fazer para não perdê-lo, e quando poder sair do estado ou não. Essas ainda são questões que não responderemos tão cedo, mas hoje foi o primeiro passo de uma jornada que pretendemos caminhar juntos.