Sim, ontem 8 de março de 2009 fomos ao parque Ibirapuera: eu Caio e Gabriel, fazer um experimento, um primeiro contato, um reconhecimento de campo como disse o Gabriel. Munidos de nossa pequena máscara vermelha e nosso figurino, saímos pelo parque em busca de vida. Foi muito bom, e tenho certeza que foi o começo... de alguma coisa que está sendo construída... Enfim, muito calor, música, muitas pessoas diferentes das quais convivo no meu dia-a-dia. Chegamos, nos encontramos...um, dois, três e...já! Fomos para o Banheiro colocar as roupas, a máscara, era um vestir-se para o despir-se.
Saem do banheiro Olga, Alfonso e Albuquerque!
Uma primeira experiência que revelou logo de cara algumas questões a serem trabalhadas: como interagir com as pessoas enquanto palhaço, enquanto Olga, Alfonso e Albuquerque? Pois muitas das pessoas nos abordavam fazendo perguntas sobre o nosso trabalho, por que estávamos fazendo aquilo, etc. Ao que Alfonso, Albuquerque e Olga deveriam ter respondido: trabalho, que trabalho? Estamos aqui em pleno domingo no parque fazendo um passeio, assim como vocês! Enfim, temos muito o que aprender ainda. O momento da música dos shows foi um dos mais potentes, em que estávamos ali nos três, interagindo com a música e o jogo se estabelecia com as pessoas, mesmo que fosse somente por alguns segundos, com alguns olhares e sorrisos. Foi muito bonito quando ficamos ali diante de um menino que devia ter seus 3 anos, e os seus pais, que se esforçavam para ele perder o medo de palhaços. Acho que ajudamos um pouco...Bom, o passeio valeu também porque descobrimos que podemos ganhar coisas: ontem por exemplo ganhamos bis derretido, maças e alguns goles de água (isso é, o Albuquerque bebeu a água enquanto Olga e Alfonso distraiam um salsicha marrom claro). No meio do percurso tive mais um presente, digo a Olga teve, mas eu tive por tabela: conheci o Tadeu e o seu cachorro legal, que era a estátua do parque e segundo ele tinha uma cara legal e as quatro patas muito legais. Gostei do Tadeu, jogamos futebol...troquei um pouco com ele. Mais adiante garoou um pouco e como contou o Gabriel encontramos a dona Ilda, uma senhora que se ficássemos ali ela nos contaria com muito gosto a história da sua vida toda...Tai, outra coisa que precisamos retrabalhar: como sair de “cena”? Já nos diziam alguns mestres: saia quando você estiver bem, por cima, quando estiver fazendo sucesso, com a energia em alta, senão... a tendência é a queda, abismo abaixo, a ribanceira! E assim eu senti um pouco, a energia caindo nesses casos em que não sabíamos como nos despedir, nem ao certo a hora de ir embora, assim também foi no sarau de amigos que encontramos no fim da aventura. Mas lá surgiu algo que futuramente devemos investir: Albuquerque e Alfonso estabeleceram um jogo que poderia ter gerado algo mais, um improviso, uma história, um número...foi bem interessante. Dona Olga assistiu, a energia já tava baixa. Nada de comodismos dona Olga! Ta achando que o negócio é fácil? È nada...tem que fazer acontecer! Aiaiai hem Dona Olga! Aiaiai meninos!
Ah, mas antes, logo após a dona Ilda, encontramos com o oposto dela (que já era uma senhora de idade): o Arthur, um serzinho de seis meses, no colo de sua mãe e do lado de seu pai, tomando leite na mamadeira. Achei muito emocionante ficar ali ao lado de meus dois amigos de frente para o Arthur, que nos olhava, atento...de repente um sorriso, uma risada, de olhos brilhantes, de deixar os pelos da gente arrepiados. Hora da retirada, ficou o Artur que mais pra frente ainda irá tirar muitas espadas das pedras da vida!
No museu afro que abrigou nossas mochilas (valeu Geraldoooooooooo!!!), o jogo do SSSSSHHHHHHHH (de silêncio), foi bem legal, daria pano pras mangas.
Um primeiro atrevimento, primeiras impressões, estar ali e deixar as coisas acontecerem...Assim foi, assim vamos caminhando com a ambição de aos poucos ir fazendo coisas, propondo situações, esboços de números, exercícios a céu aberto, improvisos audaciosos, música, trocas, comunicação, objetos e sempre, sempre prontos para o que der e vier!
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