Impressões sobre 8/03, parque do ibirapuera

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Hoje, no parque do ibirapuera, eu, Silvia (Olga) e Caio (Alfonso) fizemos a primeira do que planejamos ser uma série de saídas por parques da cidade de São Paulo, armados apenas de nós mesmos e uma pequena máscara vermelha. Foi uma primeira experiência bastante agitada, sendo que acontecia um show no parque, em comemoração ao dia internacional da mulher.
Uma coisa que me chama a atenção no parque do ibirapuera é que o público, sendo muito grande, está sempre aberto e com olhar convidativo para interação, os primeiros momentos do dia já deram jogos muito interessantes, nós andávamos sempre juntos no trio, pelo tamanho do lugar, para não nos diluirmos.
Logo no começo da tarde, entramos no museu afrobrasil, jogando com os outros visitantes pedindo silêncio, encontrando um sorriso ou outro por aí.
O público sempre perguntava de onde éramos, ao que às vezes respondíamos, ás vezes só dizíamos um "Somos do mundo!". Era para mim uma grande dificuldade manter o estado ao longo da tarde, quando a energia ficava mais baixa, principalmente quando o show terminou, e não tinhamos mais a música como parceira de jogo.
A proposta da saída de hoje era mais como um "reconhecimento de campo", para saber como abordar, ou não abordar, enfim, como interagir com as outras pessoas do parque. Olga, Albuquerque e Alfonso, foram passear.
Algumas figuras marcaram o dia, como o grupo que nos convidou para participarmos do pique nique que faziam à sombra das arvores, nos oferecendo maçãs e nos dando "boas vindas à família."
Às vezes, as pessoas perguntavam sobre nosso trabalho, sobre o que estávamos fazendo lá, vestidos daquela maneira, o que acabava gerando perguntas que nos faziam sair do estado, para conversar sobre o como fazer, viver de arte, buscar patrocinio. Todo mundo tem um palpite nesse sentido, e nossas esquivas não eram suficientes para tentar driblar esse tipo de conversa, o que acabava gerando momentos de jogo mais baixo.
Outra figura interessantíssima que encontramos ao longo do caminho foi uma senhora de quase 90 anos, a dona Hilda , que nos achou "tão lindos" que ficou por quase uma hora contando como nascera na Mooca, depois fora para Pinheiros e casou para se mudar para o Jd. Aeroporto, e como tinha uma prima chamada Olga e um primo chamado Afonso, e que Albuquerque não era nome, era sobrenome, ao que eu respondia: "mas esse é MEU nome!."
No final de nosso percurso, quando já pretendíamos encerrar a saída, encontramos algo que nos chamou a atenção. Um grupo sentado em roda lia poesias e tocava canções ao violão, e nós entramos na roda para jogar com eles, cantando junto, fazendo alguns esboços de números e jogando com todos da roda. Nos permitirmos demorar um bom tempo neste grupo, antes de finalizarmos a saída.
No fim das contas, acredito que foi um dia produtivo, descobrindo o que funcionava e dava jogo e o que não acontecia, como manter-se no estado e o que fazer para não perdê-lo, e quando poder sair do estado ou não. Essas ainda são questões que não responderemos tão cedo, mas hoje foi o primeiro passo de uma jornada que pretendemos caminhar juntos.

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