Crescendo: Parque Trianon

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Saímos dia dezenove de abril, para o parque Trianon.
Nos maqueamos e caracterizamos no parque.
E um tempo depois, antes de irmos embora, percebemos o crescimento que estamos atingindo como grupo.
Uma relação entre pessoas ou entre palhaços leva tempo a construir, nossas relações estão se construindo.
Nossas ações já começam a insinuar um repertório, nossos jogos são mais facilmente propostos e aceitos por todos, sendo assim, o público responde mais.

O parque trianon nos tratou com uma paz que não estávamos acostumados, nos deu sombra e silêncio, nos deu olhares feios de quem queria ler e olhares serenos de quem buscava fugir da Avenida Paulista.

Os jogos terminavam no alto, as propostas eram trabalhadas, e os palhaços se divertiram.

A fonte nos rendeu aplausos.
O poema em chinês nos rendeu risadas, e nós fomos embora mais contentes.

Passo a passo, um caminho surge sob nossos pés.

TRIANON MASP, 19-04

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Parque mais fechadinho, com árvores altas e passagens estreitas. Pessoas em silêncio, lendo ou em estado de contemplação nos bancos.

Encontramos uma ponte com visão para a rua e lá começamos a conseguir um estado. Rolou contato com os motoristas e isso foi estimulante.

A Fonte sem estátuas.

Uma fonte sem estátuas nos estimulou a brincar. A sós começamos a fazer poses de estátuas de fonte. De repente tínhamos público!!! Peuqeno mas de qualidade. Improvisamos durante um tempo e saímos no auge da brincadeira. Esse momento pra mim foi muito bacana pra experimentar a relação com o público. O risco eminente de cair na água, já que estava na beira da fonte, a atenção do público formado em sua maior parte por crianças que comentávam alto, além de rir, o que viam, foram elementos que ajudaram demais na fluição das ações. Registrei a sensação prazerosa de estar em situação de pânico mas com tranquilidade olhando as pessoas. Sem ansiedade. Bom demais!!!

O Parquinho

Mais crianças dispostas a jogar.

Vária coisas aconeteceram mas o ponto alto foi o recital do poema em chinês, com a fabulosa finalização proposta por Alfonso e recebida por Fleur e Albuquerque.

Essa saída foi muito especial. Percebemos que estamos construindo uma unidade, criando repertório de ações, conhecendo melhor os outros do grupo e aprendendo a colocar em prática várias coisas que sabemos em teoria.

Saída divertida e rica de experiências. Mais uma pessoal!!!

Domingo sem Parque, sem palhaço!!!

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No último Domingo eu e a Silvia decidimos fazer uma coisa diferente, já que só nós duas iriamos poder fazer a saída em um Parque, resolvemos fazer uma dobradinha: a tarde fomos assistir a apresentação de duas palhaças que percorreram longíquos lugares do Brasil e voltaram com histórias pora contar e a noite íamos assistir um espetáculo com dois palhaços.

Bom, chegamos ao local da apresentação da dupla de palhaças e para nossa frustração não vimos nariz e só havia uma atriz falando um pouco sobre algumas coisas da viagem. O que salvou foi a presença de uma criança muito rápida no verbo, que até achei, a princípio, ter sido contratada. (risos)Foi o que aliviou um pouco a frustração de não termos vistos as palhaças que queríamos tanto.

Depois dessa e do temporal que caiu desisti de ir ao outro espetáculo.

Mas, como toda Polyana, o episódio teve o seu lado bom.

Parque da Independência, por Gabriel

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Bem, este passeio já foi muito bem descrito por minhas companheiras que estão muito rápidamente se tornando família. Uma bonita família de palhaços!
Logo, comento sobre o passeio da independência, de quase duas semanas atrás com perguntas que me ficaram incomodando esse tempo todo.

Até que ponto se pode propor?
Quando é o momento de ir embora?
Como manter a energia?
Como agir quando conhecidos te encontram e querem conversar com o Gabriel?
Como deixar o foco para os outros mantendo o estado, sem roubar a cena?

E a que me persegue desde sempre:
Por que eu faço isso?
Porque eu amo e pronto.


Quanto ao episódio do cachorro, que me passaram a bola, eu conto.
Albuquerque avista um cachorro, um cachorro grande, acho que era um pitbull. Seu dono estava lá com o pessoal que desce a ladeira de long boards.
-Ele morde?
-Não morde não, é mansinho!-diz o dono- Só morde se for carne de primeira, brinca.
Albuquerque chega perto, mas o cachorro assusta então ele fica com medo. Assim que demonstra o susto, o cachorro avança em partes que eu prefiro deixar bem protegidas.
Albuquerque quase morre de susto, cai no chão, quase chorando, reclamando sobre a falta de cortesia dos caninos e esse tipo de coisa.
A parte de minha calça onde fica o zíper ficou molhada de baba, mas nada grave aconteceu.
Foi uma cena ótima, e me vem à cabeça a frase da bruxona canadense Sue Morrison: "O palhaço mora entre o pânico e a possibilidade."
Pois eu conheci o pânico muito bem, naquele momento.

Até domingo que vem.

Independência, fotos por Alline Bullara

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Sempre me divirto ao encontrar pessoas no parque dispostas a nos fotografar, ainda mais quando é uma amiga querida.


Albuquerque e Alfonso são a paisagem, Olga e Fleur Conversam

Olga e Fleur fazem a paisagem, Albuquerque e Alfonso posam para a foto.



Memorial da América Latina. Albuquerque: "Eu sou a mão!" Alfonso: "Eu sou aquela ponte!" Fleur: "Eu sou aquela coisa redonda!"



Comemoração pela paisagem completa: um ponto para os palhaços!




Pinacoteca. Albuquerque: "Eu sou uma janela!" Fleur: "Eu sou um quadro!" Alfonso: "Eu sou uma moldura!"



Viaduto do chá: Fleur: "Eu sou o bule!" Alfonso: "Eu sou o chá!" Albuquerque: "Eu sou o viaduto!"



Albuquerque olha o horizonte.




Olga equlibra sua bolinha chocalho.





Olga e sua amiga Patrícia.

independência e ventiladores, por caio

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Assim como disse o Gabriel, esta saída já foi muito bem descrita pela família, então comentarei só as partes que foram mais interessantes para mim.

Certa hora estávamos todos a beira de uma escada que tinha dos seus dois lados “rampas” onde as crianças escorregavam, quando eu as vi escorregando fui correndo para escorregar também e logo mais Olga também veio, e foi ai quando vimos que podíamos escorregar bem devagar se escorregássemos em pé, e assim foram escorregadas e escorregadas em slow motion fazendo varias poses e ações.

Mais tarde estava sozinho na entrada da casa do grito, onde tinham duas pessoas que trabalhavam lá sentadas na entrada ao lado de um ventilador, e enquanto eu conversava com elas andava pra lá e pra cá seguindo o ventilador, por que eu estava com muito calor.

Parque do Ipiranga, é chão que não acaba mais!

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Domingo, entrei na estação vila madalena e sai no alto do Ipiranga, metrô é bom demais, inda mais quando a gente pega um vagão bonito, reformado, pintado de azul e verde pra combinar com a nossa roupa de domingo.
Encontramo-nos: Caio, Gabriel, Priscila e eu. Comemos peras miúdas e fomos até a casa da Pri fazer a transformação. E logo saíram para dar um passeio no Parque da Independência Alfonso, Albuquerque, Fleur e Olga. Muitos olhares nas ruas, ainda mais quando os quatro encontraram muitos, muitos olhos pelo chão e dentro do lixão! Olhos pra que te queira, hoje em dia vivemos mesmo no tempo da vigia, aonde vamos estão nos olhando! Um Horror, imaginem quantos bichinho de pelúcia cegos não foram preciso pra algumas pessoas jogarem olhos por ai como se fosse confete de carnaval, cadê o bloco? Uma explosão de isqueiro fez os quatro seguirem a diante, né senhor Alfonso?
Seguimos adiante e numa concessionária de carros lá estávamos devorando pipocas doces e salgadas e conversando coisas assim que se dizem quando se está comendo pipoca. No parque logo de cara o que surpreendeu foi o tamanho do lugar: imenso! Como disse a Pri, as pessoas realmente estavam inspiradas para tirar fotos, muitas fotos. Alfonso e Olga se empolgaram escorregando no corrimão da escadaria, e logo aquilo virou um jogo que muitos assistiam com gosto, inclusive Fleur e Albuquerque. Logo mais pra baixo Albuquerque e Alfonso foram chegando na quebrada dos manos dos skates, vários deles, Flreur e Olga foram se adentrando também. De repente Alfonso estava descendo uma monstruosa ladeira em um skate, um perigo aquilo, ficamos apreensivos torcendo pra ele não cair! Ufa, de tudo certo. Olga até arriscou uma andadinha de skate, mas logo desistiu, nada feito, um perigo. Ahhhhhh, de repente um berro, um alvoroço, e muitas risadas, Albuquerque passou um apuro danado com um cachorro... seguimos adiante. Ah, e teve também a sessão árvores que começou com Fleur e Alfonso dando uma de passarinhos... e o momento São Paulo, mas nessa hora, Olga não estava com seus companheiros, estava com “Patrícia”, uma mulher que estava no parque sozinha e parecia bem triste, Olga ficou ali, simplesmente fazendo companhia, tocando umas musicas para ela, e por fim deu a ela uma flor, que a deixou emocionada, Olga ficou emocionada também, enfim...foi um momento bonito e aconteceu assim...Olga estava bem sensível este dia. Os quatro seguiram para a casa do grito, e descobriram que lá não se pode gritar!!! Um absurdo, então saindo dali foi uma gritaria só, já que fora de lá gritar é um ato permitido e liberado! Viva o grito!
Desesperados de sede fomos em busca de água perto das estátuas e quase fomos expulsos de lá como relatou a Pri. Na subida de volta ocorreu um momento mágico que foi o momento do cortejo...lindo... as pessoas iam chegando e seguindo. Por fim, o episódio do público onde os quatro palhaços desesperadamente tentavam fazer alguma coisa...Um bom aprendizado, se vira negada!
Bom, não descrevi exatamente todos os ocorridos, faltou o samba doido com os chineses e outros mais, mas o que acho relevante dizer é que saímos de lá pensando que começar a treinar alguma coisa para apresentar seria bem interessante, para momentos como aquele da platéia. Também falamos das impressões de cada um, sobre as energias que vão se esgotando no final das saídas e na importância da gente começar a perceber os momentos de “sair em alta” quando rola uma coisa bacana, o que ainda é muito difícil. Em particular eu e Olga vivemos bons momentos ali, foi um dia de coisas pequenas e belas, de momentos poéticos e de sutilezas... algo a exercitar como um possível caminho. Enfim, foi mais uma jornada.
“...Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar...”
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Parque da Independência .

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Dessa vez nos encontramos no metrô Alto do Ipiranga, esperamos um pouco uma quarta pessoa que não apareceu. Fomos para minha casa nos aprontarmos para passear no Parque da Independência, no Ipiranga.
No caminho contei sobre o meu processo de estar começando a perceber, com ajuda das aulas da Lana, que sou Branca e não Augusta. Abri para o grupo, pois só a Silvia sabia e conversei com Gabriel um pouco sobre “o ser Branco”, o processo de aceitação e a descoberta de como jogar com essa característica.
Em casa fomos experimentando alguns elementos novos no figurino e pedindo a opinião do outro. Como ainda não comprei um nariz de látex o Caio sacou um nariz arrebitado e me emprestou.
Hum, adorei o nariz em pé!!!
Pé na rua com nossos instrumentinhos e vontade de passear.
Na avenida Nazaré uma concessionária distribuía pipoca. Um vendedor nos chamou e ofereceu pra gente. Claro que aceitamos, pipoca assim sem pedir nem nada! Havia um outro vendedor lá comendo pipoca, logo perguntou para o Albuquerque “Vocês fazem teatro??” Com cara de tonto olhou pra gente e interrogou “Teatro”?? “Como assim?”
O cara ficou lá explicando, reformulando a pergunta e nós lá comendo pipoca com cara de tonto e não entendendo o tal do Teatro. Ficamos no jogo do estamos passeando simplesmente e só e o cara inconformado, ficou um pouco irritado com as respostas pediu licença e saiu. A gente lá comendo pipoca e dando corda pra conversa. Até acabarmos a pipoca salgada e pegar a doce.

Continuamos na Avenida e finalmente chegamos ao Parque.

Já na entrada uma mulher nos chamou
-Oi
-Oi
-Aonde vocês vão se apresentar?
-Apresentar? Ahh, desculpe eu me apresento sou Albuquerque.
-Oi prazer sou a Fleur

(A cara de interrogação dela foi ótima)

Iniciamos a descida da escadaria do Jardim do Museu, aquele que parece um labirinto, e já um sujeito veio pousar do nosso lado pra namorada bater fotos.
Degraus abaixo havia um outro rapaz fotografando, posamos pra ele e pedimos o email. Mais alguns passos e um grupinho de crianças chegou com um celular tirando fotos. Cinco passos e uma galerinha pediu pra tirar fotos, fizeram um mini “vídeo” e nos enviaram por email. Nesse momento uma amiga do Gabriel chegou e pulou no Albuquerque. Advinha, ela estava com uma câmera fazendo trabalho pra Faculdade, Nova sessão de fotos. Essa foi divertida, jogamos posando de lugares que ela precisava fotografar naquele domingo. Fleur, Alfonso e Albuquerque, de bate pronto, se transformaram em Viaduto do Chá, Estação da Luz e Pinacoteca, essa última foi difícil. Olga estava num banco com uma moça, era um palhaço Solidário naquele momento que eu não participei. Ela e Albuquerque encontraram uma pessoa aos prantos e foram consolá-la enquanto Alfonso e Fleur estavam em cima de uma árvore disfarçados de passarinho para não serem vistos por eles.
Acabada a sessão “Visite São Paulo” fomos descendo tocando e dançando um sambinha com pausas e triangulações.
De repente veio vindo um grupo de umas dez pessoas de olhinhos puxados com câmeras na mão pra tirar foto conosco. Eram da China. As meninas vieram uma por uma do nosso lado e os rapazes batiam as fotos e assistiam. Sambamos um pouco pra eles e seguimos felizes por sermos Internacionais a partir daquele momento. Atravessamos a rua e fomos para a outra entrada. Na escadaria Alfonso e Olga foram se divertir escorregando na muretinha da escada enquanto Albuquerque e Fleur sentiam o vento bater na face enquanto estavam sendo observados no topo da escada.
A brincadeira dos dois foi linda, rendeu cenas ótimas, poéticas. Subitamente apareceu um homem com uma mega câmera e pediu autorização para fotografá-los e publicar no Flick dele.
Nunca vi tanta gente com vontade de tirar foto num dia só!

Vou pular a parte do cachorro pro Albuquerque contar. Só digo que “Gelei”!!!

Fomos procurar água e acabamos na casa do grito. Eu lá fora com Albuquerque, a segurança e a monitora obtendo informações históricas sobre a cripta do Dom Pedro e suas mulheres, aonde encontraríamos água. Elas sérias contando a história do Dom Pedro, nós preocupados em tomar água na cripta, eis que surgem Olga e Alfonso gritando na janelinha, numa felicidade tonta muito gostosa de ver. A segurança já deu uma chamada:
- “Não pode gritar!”
- “Não?” Mas... mas... é a casa do grito (eu ria por dentro, não tava agüentando a cara deles de tonto)
Fleur e Albuquerque já deram uma bronca: “Seus tontos!!! Não pode gritar!! Saiam daí”

A monitora perguntou na seqüência: Vocês não vão entrar?
Ahh não, não pode gritar não tem graça.

Fomos para o bebedouro que fica ao lado da cripta escura de Dom Pedro I, na base de um monumento gigante (não sei o nome, se alguém souber me fala). Lugar deprimente. Tomamos água e sentamos um tempo, uma mistura de exaustão e uma espécie de estado fúnebre, acho que por causa do lugar fomos saindo e tomamos uma bronca da recepcionista (acho que ela exagerou, deu bronca só porque Olga deu um pulinho no caminho pra dar um tapa em Alfonso). Fleur queria falar com a dita cuja, arrebitou o nariz e foi... mas foi apaziguada (ainda bem).

Saímos com a energia mais baixa e começamos a fazer um som fúnebre. Fleur disse (na verdade fui eu quem disse) Ai vamos mudar isso, e o legal foi o Caio dizer: Mudar porque?? Vamos aproveitar essa energia e ver o que dá>

Isso foi material para começarmos um cortejo de saída, fomos em um ritmo lento, tocando sons melancólicos e olhando para as pessoas.
Foi um dos momentos mais inteiros do Domingo, na minha opinião. Estávamos inteiros. Não escondemos o que estava se passando e rolaram coisas legais no trajeto.
Uma delas foi quando paramos com um grupo e tocamos pra eles dançarem. De repente Olga parou de tocar o pandeiro, Fleur já chamou a atenção dela:

- Ohh porque parou o pandeiro??
- É que eu fui dar tchauzinho pra ela
(Esse era um ótimo momento pra um tapão) Ali ficou claro uma Augusta e uma Branca. Seguimos e quando estávamos quase na saída vimos uma escadaria repleta de pessoas, dispostas ali na arena, quisemos nos apresentar.
Oba público!!! Pensamos. Olá pessoal obrigada por nos aguardar...

Ai caramba, começamos a sessão de fracassos!!!
Uma longa história que vou ter que continuar depois. Mas como tudo tem um lado bom, a terrível experiência nos atentou para a necessidade de criarmos cenas pra rua, pra não rolar o que rolou.
(não posso esquecer de escrever sobre o problema da platéia ser ruim e não os palhaços).